A inflamação da uretra pode ter origem infecciosa ou não infecciosa, geralmente é transmitida pelo contato sexual (vaginal, anal, oral), podendo também ser por contaminação de objetos sexuais mal higienizados.
As uretrites são classificadas como uretrite gonocócica quando o agente causador é a neisseria gonorrhoeae ou não gonocócicas que podem ter vários agentes infecciosos como:
* Clamydia trachomatis: 11-50%;
* Ureaplasmas: 5-26%;
* Trichomonas vaginalis: 1-20%;
* Mycoplasma genitalium: 6-50%;
* E adenovírus: 2-4%.
Embora os patógenos (vírus, bactérias, e parasitas) permaneçam principalmente na uretra, os gonococos e as clamídeas podem se espalhar ainda pelo trato urogenital causando epididimite, nos homens ou cervicite, endometrite e salpingite, nas mulheres.
O nível socioeconômico baixo, indivíduos jovens, o não uso de preservativo e multiplicidade de parceiros são os fatores predisponentes que favorecem o quadro infeccioso.
Os sinais e sintomas principais são a disúria (ardência ao urinar) e prurido uretral acompanhado de corrimento uretral mucopurulento.
Os principais meios de prevenção: realizar exames antes de se iniciar um relacionamento sexual do casal, evitar multiplicidade de parceiros e uso de preservativos.
A uretrite gonocócica tem um período de incubação de 3-14 dias com risco de transmissão de 50% com sintomas que necessitam tratamento devido corrimento abundante e espesso e dor miccional intensa; Se não tratado, poderá evoluir com: epididimite, prostatite, ou proctite e raramente infecção disseminada com faringite, endocardite, pericardite meningite, artrite e sepse.
O diagnóstico se baseia no quadro clínico e laboratorial com análise do corrimento uretral. O tratamento com 02 antibióticos com diferentes mecanismos de ação é recomendado para melhorar a eficácia e impedir complicações. Atenção, importante sempre tratar o parceiro sexual, quando possível.
Uretrites, não gonocócicas também têm período de incubação de 3-14 dias com destaque para as clamídeas responsáveis por até 40% das uretrites, principalmente, em homens jovens com sintomas de dor miccional prurido e corrimento uretral, escasso e transparente.
O diagnóstico se faz através de coleta do corrimento uretral ou através do 1º jato urinário.
O tratamento visa à cura do portador e a prevenção da transmissão para a parceira visto que as clamídeas em mulheres podem causar infecção das trompas uterinas com doença inflamatória pélvica, com dor e cicatrização das trompas com infertilidade.
Algumas vezes, as uretrites não gonocócicas são persistentes ou recorrentes como resultado de resistência ao tratamento, descumprimento do regime de tratamento inicial, reexposição a um parceiro sexual não tratado ou presença de outro agente resistente causador da uretrite.