Dr. Joguimar Moreira

Ginecologista, obstetra, lato sensu em sexualidade humana e mestrado em sexologia clínica
CRM 52 23623-2
Formado pela FMC

Dr. Joguimar Moreira

Ginecologista, obstetra, lato sensu em sexualidade humana e mestrado em sexologia clínica
CRM 52 23623-2
Formado pela FMC

Embora possamos encontrar dezenas de definições sobre sexualidade, em muitos textos, a OMS entende a sexualidade como sendo influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais.

A classificação de gênero do recém-nascidos em masculino ou feminino é biológica e vai orientar a certidão de nascimento e sua criação. A interação, no entanto, desta criança vivenciando experiências influentes, já citadas acima, é que vão definir a sua identidade sexual.

Cumpre assinalar que a sexualidade e saúde mental são termos que não admitem uma definição unívoca. Porém, toma-se aqui um conceito antiessencialista da sexualidade, em que ela é entendida como fenômeno social, sendo vivida em diferentes lugares e tempos de uma forma específica (Borges, Canuto, Oliveira, &Vaz, 2013; Paiva, 2008).

Dentre os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica em 2016, destacamos a implantação da RAPS, expressa pelo funcionamento de 2.328 CAPS e de 357 Residências Terapêuticas no Brasil. Sendo assim, os Serviços de Saúde Mental foram chegando às regiões interioranas do país, e diversos profissionais incorporados aos serviços criados. Passou-se a discutir a utilização destes serviços como substitutivos ao modelo de Centro Hospitalares.

Não existe um único “gene gay”, conforme um aprofundado estudo com testes genéticos a partir dos genomas das pessoas e que participaram dos estudos de David Curtis, professor honorário do Instituto de Genética  da University  College London (UCL). Logo, não há como prever geneticamente a orientação sexual de um indivíduo, ainda.

Feitas estas considerações iniciais passamos a analisar a sexualidade e a saúde mental sob a visão biopsicossocial e a importância da educação sócio cultural de alunos e educadores, principalmente, na adolescência.

No final da década de 70, eu era professor de Biologia e Programas de Saúde da ETFC, hoje, IFF. Fazia parte do conteúdo programático de biologia o estudo da citologia, anatomia e fisiologia do corpo humano. Aparelhos: cardiovascular, respiratório, digestório, músculo-esquelético e urinário. Os livros de biologia, da época, não estampavam os órgãos genitais e reprodução humana se restringia ao coito, ejaculação, ovulaçãos, nidação, gravidez e nascimento. Fui professor, também, de toco-ginecologia da FMC (Faculdade de Medicina de Campos) e nesta disciplina, não se fazia uma abordagem satisfatória sobre a sexualidade humana. Após muitos anos, a coordenadora médica me pediu para elaborar um planejamento para um curso opcional de Sexualidade Humana.

Atendi por mais de 30 anos em ambulatórios e consultório particular e pude constatar casos de gravidezes precoces e indesejadas sempre crescendo a cada ano, inapetência sexual, ejaculação precoce, disfunção erétil, vaginismo, anorgasmia, inadequação sexual, fetichismo, identidade de gênero, orientação sexual e tantos outros que, certamente, comprometem a saúde mental.

Os CAPS funcionam de forma heróica para atender uma grande quantidade de pessoas com transtornos mentais complexos, muitas das vezes violentas, judicializadas e resistentes. Uma boa educação sócio-cultural de crianças, adolescentes com educadores capacitados e orientações baseadas na política de redução de danos, como sendo o melhor instrumento de cuidado para esse público.

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