Vivian Cordeiro de Sá

Psicóloga
CRP 05/42054
Neuropsicologia pela UNIG
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo ISECENSA

Vivian Cordeiro de Sá

Psicóloga
CRP 05/42054
Neuropsicologia pela UNIG
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo ISECENSA

Compreendendo e lidando com este Comportamento seagulling emerge como um conceito intrigante que captura uma dinâmica complexa e prejudicial nos relacionamentos contemporâneos. Termo criado pelo portal britânico metro no período de restrição social da pandemia, atingiu seu auge em 2021. Numa tradução livre significa “gaivotar”, foi inspirado no comportamento de egoísmo e possessividade das gaivotas, que reivindicam todo alimento disponível para si próprio, sem se importar com os demais.

Desta forma, tornou-se uma metáfora poderosa para descrever um padrão específico de interação interpessoal caracterizado por intrusões súbitas, intermitentes e emocionalmente desestabilizadoras em um relacionamento. Diferente de um término definitivo ou de uma comunicação constante com comprometimento, representa uma forma de manipulação relacional, marcada por aparições breves e imprevisíveis, com objetivo de manter a outra pessoa interessada e disponível, geralmente com motivações egoístas e possessivas.

Esse padrão relacional tem se mostrado particularmente prejudicial à saúde emocional e reconhecer o seagulling pode ser desafiador, pois pode ser confundido com incerteza ou hesitação legítima. No entanto, alguns sinais indicativos podem ser observado como: falta de compromisso (evita discussões sobre o futuro da relação ou compromissos mais sérios), contato irregular (períodos de intensa comunicação seguidos por silêncios prolongados, sem explicações claras), gestos ambíguos (a pessoa demonstra interesse, mas nunca suficiente para avançar a relação para um próximo nível) e evasão de conversas sérias (sempre que o tema “relacionamento” surge, a pessoa muda de assunto ou desvia a conversa).

O seagulling pode ter impactos psicológicos profundos e negativos na saúde mental e emocional da pessoa que está sendo mantida em espera, podendo ser destacados: altos níveis de ansiedade e insegurança, baixa autoestima, dificuldade de estabelecer confiança e vínculos afetivos, sensação de frustração e ressentimento.

Reconhecer e admitir que o problema está instalado na relação é o primeiro passo. Lidar com o seagulling requer uma abordagem proativa e assertiva, utilizando algumas estratégias que incluem:

* Comunicação clara: expressar diretamente suas necessidades e expectativas em relação ao relacionamento;

* Estabelecimento de limites: definir limites sobre o que é aceitável e o que não é, e estar preparado para agir se esses limites forem cruzados;

* Autorreflexão: avaliar o que você realmente deseja de um relacionamento e se a situação atual atende a essas necessidades;

* Fortalecer a Autoestima: reconheça seu valor independentemente de validações externas, pratique autocuidado e autoaceitação;

* Buscar Apoio Profissional: a terapia pode ajudar a identificar e quebrar padrões destrutivos, bem como: o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, fornecendo perspectivas valiosas e apoio emocional.

O seagulling representa mais do que um padrão comportamental: é um sintoma complexo das dinâmicas relacionais contemporâneas que pode causar danos emocionais significativos. Sua compreensão permite o desenvolvimento de estratégias mais saudáveis e conscientes de conexão interpessoal. A comunicação assertiva, a definição de limites claros e a busca de apoio são passos essenciais para lidar e evitar armadilhas. Ao fortalecer a autoconfiança e a clareza sobre o que se deseja em um relacionamento, é possível construir relações mais genuínas e gratificantes.

Lembre-se: “sua saúde emocional merece respeito e cuidado, não tenha medo de priorizar seu bem-estar!”

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