Em recentes estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, pesquisadores descobriram que o uso contínuo de medicamentos para disfunção erétil como:

* Levitra;

* Viagra;

* Cialis

* Stendra…

Aumentam em 85% o risco de doenças oculares graves que podem levar a cegueira. Essa pesquisa foi publicada em abril de 2022 na conceituada JAMA Ophthalmology (Journal of The American Medical Association) e repercutiu em todo o meio médico científico do mundo.

Já havia relatos de problemas oculares com o uso dessa classe de medicamentos, porém agora foram confirmados através de um amplo estudo epidemiológico feito com milhares de homens.

O estudo seguiu assim: foram analisados dados de 213 mil homens nos Estados Unidos da América que não haviam relatados problemas de visão um ano antes do início do uso regular de medicamentos para tratar a disfunção erétil. Foi feita, então, uma comparação com informações sobre quantos desses homens evoluíram com uma ou mais alterações oculares após o uso dos medicamentos e quantos permaneceram sem nenhum distúrbio visual.

Chegou-se à conclusão que o risco para desenvolver-se descolamento da retina aumentou quase 3 vezes; o risco para doença isquêmica do nervo óptico aumentou 2 vezes e para oclusão venosa da retina aumentou em 1,5 vezes. O descolamento da retina é um quadro sério, uma urgência oftalmológica que deve ser tratada o mais rápido possível, sob pena de perda irreversível da visão. Na oclusão venosa, os nutrientes deixam de abastecer a retina, também levando a cegueira. A doença isquêmica do nervo óptico é um quadro grave que provoca a perda súbita da visão pela insuficiência do fluxo sanguíneo para o nervo óptico, de difícil reversão.

A boa notícia é que estas condições são pouco comuns e o risco individual de desenvolver um desses distúrbios permanece baixo. Porém, com o grande número de prescrições médicas e a automedicação – só nos EUA cerca de 20 milhões de prescrições mensais – significa que mais pessoas estão mais expostas a desenvolverem uma dessas três graves patologias nos olhos. Caso algum paciente perceba alteração visual, deve procurar o mais rápido possível seu oftalmologista de confiança e relatar o uso dessas medicações.

Existem algumas hipóteses para o porquê dessas alterações. Uma delas é de que os medicamentos para disfunção erétil melhoram o fluxo sanguíneo na área do pênis, porém dificultam o fluxo em outra partes do corpo, como nos olhos. As evidências apontam para um vínculo de causa e efeito bastante fortes que não deve ser desprezado.

Esse aumento estatístico demonstra a importância do acompanhamento médico para uso de medicações de combate à disfunção erétil e uma estreita troca de informações entre urologistas e oftalmologistas.

Comprova também o quão deletério pode ser a automedicação, visto que vivemos em um país onde se pode comprar a maioria dos medicamentos sem receita médica, o que acarreta uma maior predisposição para o surgimento de efeitos colaterais que podem ser graves.

Dr. Carlos Fabian Seixas de Oliveira

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