Vívian Cordeiro

Psicóloga
CRP 05/42054
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental ISECENSA Neuropsicologia pela UNIG

Vívian Cordeiro

Psicóloga
CRP 05/42054
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental ISECENSA Neuropsicologia pela UNIG

Na prática clínica, temos visto de forma cada vez mais frequente e significativa o impacto do uso excessivo de eletrônicos em crianças e adolescentes, apresentando prejuízos relacionados aos aspectos cognitivo, social e emocional.

Passar muito tempo em frente às telas pode ser associado a um modo de vida sedentário, o que aumenta a probabilidade de problemas de saúde. Quando trocamos atividades essenciais para o desenvolvimento físico e cognitivo, como a leitura de livros, práticas de esportes e brincadeiras que incentivam a imaginação e a criatividade, acabamos limitando as chances de interação verbal e social, dificultando o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.

O excesso de tecnologia pode interferir na capacidade de foco e concentração, principalmente, quando se trata de conteúdos muito estimulantes e de rápida absorção, como jogos eletrônicos e redes sociais. Além disso, pode estar relacionado a um aumento do risco de desenvolver problemas comportamentais e emocionais, tais como: agressividade, impulsividade, dificuldades em controlar as emoções, depressão, ansiedade e falta de confiança em si mesmo, principalmente, se os conteúdos consumidos não forem apropriados para a idade.

A presença da luz azul proveniente de dispositivos eletrônicos, principalmente durante a noite, pode atrapalhar a liberação de melatonina, hormônio fundamental para o sono, podendo resultar em dificuldades para pegar no sono, noites mal dormidas, e até mesmo, distúrbios do sono.

A restrição de encontros presenciais pode causar sensações de solidão e impedir a conexão com as pessoas, afetando o desenvolvimento de competências sociais essenciais. A comunicação on-line, muitas vezes, dispensa as habilidades necessárias para interagir pessoalmente, prejudicando o desenvolvimento das competências de comunicação não-verbal, como gestos e expressões faciais, que são fundamentais para o sucesso das relações sociais.

A prevalência e valorização das comunicações em um meio virtual pode restringir a experiência com as intricadas nuances dos sinais sociais e das interações interpessoais do mundo físico, resultando em desafios para compreender e reagir de forma apropriada aos sinais sociais, tais como sentimentos e intenções de terceiros. Esse cenário pode prejudicar a habilidade de cultivar empatia e construir relacionamentos saudáveis com outras pessoas, bem como dificultar a resolução de conflitos de modo positivo e a gestão eficiente de questões interpessoais.

Durante as comunicações on-line, é mais simples para os indivíduos mascararem suas reais identidades e propósitos. Esse cenário pode levar a depositarem confiança em estranhos, expondo-os a possíveis ameaças e riscos.

É essencial que os responsáveis estejam presentes na vida digital de seus filhos, orientando sobre como se proteger na internet, estabelecendo regras sobre o uso de dispositivos eletrônicos, acompanhando suas atividades on-line e criando um ambiente propício para diálogos abertos, incentivando a discussão de problemas ou preocupações ligadas ao uso da tecnologia. Adicionalmente, é fundamental estimular atividades fora do mundo virtual que favoreçam interações sociais genuínas e equilibrar o tempo dedicado às telas com outras práticas saudáveis.

É imprescindível estar atento aos sinais que seu filho (a) pode apresentar como: problemas comportamentais, dificuldade de aprendizagem ou sócio-emocional. A orientação e acompanhamento de profissional em psicologia podem ser fundamentais no desenvolvimento de práticas e estratégias mais saudáveis, visando obter qualidade de vida.

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