Em 1994, o jovem Mike Emme de apenas 17 anos entrou no seu carro Mustang 68 de cor amarela que ele mesmo pintou e se projetou para a morte pela porta do suicídio. Seus amigos e familiares no seu velório distribuíram fitas amarelas. Assim, neste dia triste, nasceu o mês do “setembro amarelo”, como o mês mundial de conscientização e prevenção do suicídio. Hoje evolvendo também o serviço de pósvenção (suporte após o suicídio para todos os que foram afetados pelo ato e precisam de cuidados – pai, mãe, irmãos…).

No mundo, segundo a OMS a cada 40 segundos acontece um suicídio.

A depressão atinge hoje mais de 300 milhões de pessoas (OMS -2019), a maior síndrome da humanidade e a antessala para os suicídios quando não tratada.

O Brasil ocupa hoje a 8ª posição em números de suicídios do mundo, mas dobrou o número nos últimos 20 anos (dados preliminares – fontes: SIM – Datasus, e relatório “Suicide Worldwide” – OMS)

Vejamos o que consta na página https://www.camara.leg.br/noticias/ da Câmara dos Deputados em matéria recente datada de 20-10-2021 passado.

O psiquiatra Humberto Müller, de Rondônia, apresentou dados sobre o suicídio no Brasil e no mundo. Ele disse que acontecem 16 milhões de tentativas por ano no mundo. “No Brasil, acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, mas para cada morte temos outras 20 tentativas. Os números são altos e preocupantes”, explicou.

E esses números segundo estudos, embora já sejam altos, estão longe de serem verdadeiros pelo fato de muitos ocorrerem e não aparecerem na pesquisa por falta de evidências ou relato de outras causas nas certidões de óbito.

Existe também um grave problema envolvendo o tema, que é a questão dos tabus e mitos que foi criado no transcorrer da história sociocultural.

O jornalista, repórter e escritor André Trigueiro no seu livro Viver é a Melhor Solução apresenta um capítulo inteiro sobre os mitos em relação ao suicídio. Abaixo cito alguns mais relevantes e que desconstroem e corroboram para que os mesmos aconteçam:

* Cão que ladra não morde: Mito! Pois, estudos mostram que antes do ato sempre há um anúncio, mesmo que de forma indireta.

* Se alguém deseja se matar, não há nada que possa ser feito: Mito! Ajuda apropriada e apoio emocional podem reduzir o risco de suicídio, sim. E a prova disso é o trabalho relevante feito pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende milhares de pessoas todos os dias e através de uma escuta especializada faz o trabalho de salvar vidas.

Aproveito aqui para divulgar o “Disk 188” disponibilizado pelo (CVV) de forma gratuita para este atendimento 24h por dia.

* Falar em suicídio pode encoraja-lo: Mito! É exatamente o contrário, o silêncio e omissão é que são encorajadores. É preciso dar oportunidade para alguém desabafar e compartilhar seus medos e sentimentos, isso pode fazer a diferença em favor da vida.

Mas por que este número está crescendo de forma assustadora?

Talvez, porque estamos doentes em mundo totalmente dirigido somente pelo conhecimento…

Solitários num mundo tecnológico…

Sozinhos num mundo de smartphones cada vez mais sofisticados…. Talvez tenhamos que repensar nosso modo de viver!!!!

Mas o que está faltando?

– O mergulho para dentro de nós, de nossas essências, medos, incertezas, alegrias, sombras e luzes…encarar e transformar isso ao nosso favor – processo de análise;

– Um pouco mais de espiritualidade ao invés de religiosismo vazio;

– Mais cuidado e atenção para com o próximo mais próximo.

Dr. Sigmund Freud (pai da psicanálise) já dizia à sua época que o homem era um desconhecido de si mesmo, e que o inconsciente é que o dirigia na maioria das vezes, e Dr. Carl Gustav Jung (fundador da psicologia analítica) afirmou: “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino”. 

Se você conhece alguém com comportamento diferente, olhar vazio, silêncio inquietante, fugindo de pessoas, buscando locais bucólicos ou com ideias perturbantes, se achegue perto e seja a ponte de ajuda. Se você sente um vazio, uma tristeza maior que o peito, ideações de sair da vida… procure ajuda.

Falar é tudo!!

Existe uma gama de serviços e profissionais da saúde mental, disponíveis tanto na rede SUS, quanto nas clínicas e consultórios prontos para ajudar.

Viver é sempre a melhor solução!

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