Dra. Flávia de Freitas Ribeiro

Médica Pediatra
CRM 52 92522-5
Formada pela FMC
Residência em pediatria no HMSA/RJ
Pós-graduanda em psiquiatria da infância e adolescente

Dra. Flávia de Freitas Ribeiro

Médica Pediatra
CRM 52 92522-5
Formada pela FMC
Residência em pediatria no HMSA/RJ
Pós-graduanda em psiquiatria da infância e adolescente

Como pediatra especializada em saúde infantil e adolescente, tenho visto de perto o impacto crescente da obesidade entre os jovens no Brasil. Este problema é mais do que apenas uma questão estética; é uma preocupação de saúde pública que tem ramificações profundas na vida dessas crianças e adolescentes, tanto no presente quanto no futuro.

É importante refletirmos sobre o que tem causado esse aumento alarmante na obesidade juvenil. Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 20% dos adolescentes brasileiros estão acima do peso ou já enfrentam obesidade. Isso reflete uma tendência global que não podemos ignorar. A obesidade juvenil como vejo em meu consultório, é o resultado de uma combinação de fatores. 

A má alimentação e o sedentarismo, frequentemente alimentados pelo acesso a alimentos ultraprocessados e a um estilo de vida inativo, são as principais causas. Mas também, precisamos considerar as questões emocionais. Muitos dos meus pacientes enfrentam não apenas problemas físicos, mas também sofrem com baixa autoestima, ansiedade e até depressão, muitas vezes desencadeadas pelo bullying ou pela exclusão social devido ao peso.

Um estudo recente da USP revelou que adolescentes obesos têm até 30% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares na vida adulta. Este é um número alarmante e que deveria servir como um alerta para todos nós: precisamos agir, e agir agora.

Minha abordagem ao tratar da obesidade juvenil envolve trabalhar em conjunto com a família para promover mudanças na alimentação e no estilo de vida. É essencial incentivar o consumo de alimentos frescos e nutritivos, além de atividades físicas regulares, seja na forma de esportes organizados ou de brincadeiras ao ar livre. Educar os pais sobre os riscos associados ao consumo frequente de fast food e alimentos ricos em calorias vazias também é crucial.  

Além disso, o suporte psicológico não pode ser negligenciado. Muitos adolescentes enfrentam pressões sociais intensas, especialmente em tempos de redes sociais, onde padrões irreais de beleza podem agravar a insatisfação corporal. Aqui, o papel da família e dos profissionais de saúde é fundamental para ajudar os adolescentes a desenvolverem uma relação saudável com o corpo e a comida. Infelizmente, apenas 20% dos adolescentes brasileiros praticam a quantidade mínima de atividade física recomendada, que é de 60 minutos diários, segundo o IBGE. Essa falta de atividade está diretamente associada ao aumento da obesidade, e é por isso que precisamos criar um ambiente onde a atividade física seja vista como parte integrante do dia a dia. Nosso objetivo deve ser garantir que esses jovens cresçam com saúde e tenham uma vida adulta livre das complicações que a obesidade pode trazer. 

Não é apenas uma questão de números, mas de vidas que podem ser salvas ou profundamente transformadas com as escolhas corretas hoje. Juntos, pais, educadores e profissionais de saúde, podemos reverter essa tendência e proporcionar um futuro mais saudável para nossas crianças e adolescentes.

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