A leptospirose é considerada uma zoonose distribuída em todo o mundo. Sua condição atual é classificada como endêmica e em períodos chuvosos, torna-se epidêmica em países como o Brasil, que possuem clima tropical.
As condições de saneamento inadequado, associados a maior densidade populacional com altas infestações de roedores, aumentam a casuística da doença tanto em humanos, quando em animais.
O agente etiológico é uma bactéria (espiroqueta) aeróbia obrigatória do gênero Leptospira.
Os principais transmissores são os roedores urbanos, como: a ratazana (Rattus norvegicus), o rato preto ou de telhado (rattus rattus) e o camundungo (mus musculus), sendo a ratazana a principal portadora de um dos sorovares de leptospira mais patogênico para o homem.
Outros animais podem ser reservatórios como: os caninos, suínos, bovinos, equinos, entre outros.
O homem é considerado hospedeiro acidental e se infecta de forma mais comum, pela exposição direta ou indireta à urina dos animais infectados, ocorrendo penetração da bactéria pela pele lesionada ou até mesmo íntegra e através das mucosas.
Sinais e sintomas
O período de incubação varia de 1 até 30 dias (média de 5 a 14 dias). A doença pode ser dividida em duas fases: fase precoce e fase tardia.
* Fase precoce: dura em média de 3 a 7 dias, geralmente autolimitada, e representa 90% das manifestações sintomáticas.
Os principais sintomas da fase precoce são: febre; dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas/vômito;
Geralmente, a leptospirose é associada à intensa mialgia (dor muscular), principalmente na região lombar e nas panturrilhas;
* Fase tardia: representa somente de 10% a 15% dos casos e se inicia em média após a primeira semana, e quando mais cedo, são considerados casos fulminantes. A manifestação clássica da doença em sua forma grave, caracteriza-se pela tríade icterícia, insuficiência renal e hemorragias.
Prevenção
A conscientização da população de uma forma geral, é o princípio basilar de prevenção no sentido de não adquirir a doença, e entre estas orientações podemos citar:
* Controlar a população de roedores através de métodos seguros, e nesse quesito, vale lembrar que o uso do chumbinho, além de possuir menor eficácia, tem seu uso proibido em nosso território nacional, sendo indicados os raticidas de efeito de longa duração. O chumbinho tem alto risco de intoxicação de seres humanos e animais, podendo levar os mesmos, a óbito;
* Não deixar alimentos expostos em domicílios ou comércios, que possam servir de alimentos para os roedores;
* Manter terrenos, quintais em jardins, murados, capinados e limpos, livre de entulhos;
* Utilizar água filtrada e clorada para consumo animal e humano;
* Em caso de enchentes, evitar exposição prolongada a água se não for possível evitar o mesmo, utilizar proteção para a pele que entrará em contato com essa água, usando botas e luvas;
* Limpeza dos locais que sofreram enchentes com hipoclorito 2,5% colocando 2 xícaras de chá (400ml) para cada 2 litros de água;
* Manter atualizado a vacinação de seus pets, para evitar que os mesmos, adquiram a doença e possam assim, além de sofrer com o curso da enfermidade, possam transmitir a doença para os humanos que são contactantes do ambiente comum.