Dra. Letícia Chagas

Pediatra e Endocrinologista Pediátrica
CRM 52 0099429-4 | RQE 27587/29964
Formada na FMC
Residência em Pediatria na UNESP/Botucatu
Residência em Endocrinologia Pediátrica na UNICAMP

Dra. Letícia Chagas

Pediatra e Endocrinologista Pediátrica
CRM 52 0099429-4 | RQE 27587/29964
Formada na FMC
Residência em Pediatria na UNESP/Botucatu
Residência em Endocrinologia Pediátrica na UNICAMP

A utilização de hormônios por via tópica para fins de reposição hormonal  vem crescendo tanto entre homens quanto mulheres,  para fins estéticos, e também, para indivíduos com real indicação clínica. No entanto, muitas vezes, a medicação é utilizada sem prescrição e orientação médica adequadas.

Em virtude disso, temos observado casos de puberdade precoce (desenvolvimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos no sexo feminino e dos 9 anos no sexo masculino) em meninos e meninas expostos de forma acidental a esses hormônios.

Sabemos que esses fármacos apresentam uma alta absorção cutânea e quando aplicados em áreas expostas, um simples contato pele a pele, como por exemplo, um abraço, pode levar a transferência desses hormônios para as crianças trazendo consequências deletérias à sua saúde física, bem como alterações psicossociais, associadas ao desenvolvimento puberal precoce.  

No caso da testosterona, por ser um hormônio masculino, pode acarretar mudança de comportamento e irritabilidade, desenvolvimento de pêlos pubianos, odor axilar, acne, aumento do pênis ou clitóris, bem como aumento da velocidade de crescimento.

Já os cremes à base de estradiol podem levar ao desenvolvimento de mama em meninas pré-púberes e ginecomastia em meninos após a exposição acidental.

Casos como esses estão sendo cada vez mais frequentes nos consultórios de Endocrinologia Pediátrica. Os pais chegam com queixa de desenvolvimento puberal precoce e muitas vezes, mesmo quando perguntados sobre o uso da medicação, omitem essa informação, o que acaba por confundir o raciocínio diagnóstico.

A criança é submetida a vários exames tanto laboratoriais quanto de imagem para elucidação do quadro para depois se chegar à conclusão de que os sintomas são provenientes da exposição a esses hormônios.

Importante ressaltar, que a reposição hormonal só deve ser feita com a devida indicação de um endocrinologista, que orientará sobre as reais necessidades da mesma, bem como a forma mais adequada de fazê-la e o local onde a medicação deve ser aplicada para que não haja risco de transferência do hormônio para outras pessoas, principalmente, para as crianças.

Dessa forma, fica esse alerta para as famílias de que essas não são medicações inócuas e podem trazer consequências graves não só para o indivíduo que está utilizando, mas também, para seus filhos.

Felizmente, muitas dessas alterações citadas, são revertidas com a suspensão da exposição a esses hormônios.

Algumas orientações sobre como evitar o risco de absorção acidental

* Sempre aplicar o gel conforme orientação médica;

* Cobrir a área de aplicação com algum tecido (roupa) após o gel secar;

* Lavar bem as mãos após o uso com água e sabão;

* Evitar contato direto da área aplicada com outras pessoas, especialmente, crianças;

* Guardar o gel em local seguro, fora do alcance de crianças;

* Lavar a área de aplicação antes de qualquer situação em que contato próximo esteja previsto;

* Em caso de contato, a pele da criança deve ser lavada com água e sabão o mais rápido possível;

Importante consultar um médico em caso de sinais e sintomas de puberdade precoce (desenvolvimento da mama ou outras alterações sexuais) em uma criança que possa ter sido acidentalmente exposta ao gel de estradiol ou testosterona.

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