Dr. Marcelo Maeda Bernardo

Médico Veterinário
CRMV-RJ 7097
Formado pela UENF
Atuação em clínica, anestesia, cirugia e saúde pública.

Dr. Marcelo Maeda Bernardo

Médico Veterinário
CRMV-RJ 7097
Formado pela UENF
Atuação em clínica, anestesia, cirugia e saúde pública.

A febre Oropouche, é uma doença viral que afeta, principalmente, as regiões tropicais da América do Sul, incluindo o Brasil. Ela é causada pelo vírus Oropouche, um membro do gênero Ortobunyavirus, da família Bunyaviridae. O vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, quando surtos começaram a ser registrados, principalmente, em áreas amazônicas, onde a doença se tornou um importante problema de saúde pública. O nome Oropouche vem de uma localidade no estado do Pará, onde o vírus foi inicialmente isolado. 

Sintomas:

A doença é caracterizada por febre, dor de cabeça intensa, dor muscular, mal-estar e, em alguns casos, conjuntivite. A febre Oropouche é endêmica no Brasil, especialmente, nas regiões Norte e Nordeste, com surtos esporádicos que afetam tanto populações urbanas quanto rurais.

Transmissão:

O vetor principal de transmissão do vírus Oropouche é o mosquito Culicoides paraensis (maruim). Além dele, o Haemagogus e Sabethes, mosquitos também encontrados em áreas florestais, são importantes em algumas regiões endêmicas. A transmissão do vírus ocorre quando esses mosquitos picam uma pessoa infectada, passando o agente patogênico para indivíduos saudáveis. A doença pode se espalhar rapidamente em áreas de difícil acesso, principalmente, devido à presença de mosquitos que se proliferam em ambientes de pouca drenagem, como: brejos, pântanos e áreas com grande vegetação.  

Ciclo Silvestre:

No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente, aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do OROV em algumas espécies de insetos, como: Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. No entanto, o vetor primário é o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Ciclo Urbano:

Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O inseto Culicoides paraensis também é o vetor principal. O inseto Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente, transmitir o vírus também.

Diagnóstico:

O diagnóstico da febre Oropouche é clínico e laboratorial. Os sintomas iniciais, como febre súbita e dores no corpo, podem ser confundidos com outras doenças tropicais, como: a dengue, o Zika vírus ou a chikungunya. Portanto, é necessário realizar testes laboratoriais para confirmação, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), que identifica a presença do vírus no sangue do paciente. O diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações e para iniciar um tratamento adequado, embora não exista um tratamento antiviral específico para a doença. O manejo da febre Oropouche, geralmente, se resume ao alívio dos sintomas, como o uso de analgésicos, antipiréticos e a reposição de líquidos.

Prevenção:
A prevenção da febre Oropouche envolve o controle do vetor transmissor, com medidas como o uso de repelentes, a eliminação de criadouros de mosquitos e o uso de roupas protetoras, especialmente, em áreas endêmicas. Além disso, a conscientização da população sobre a importância do uso de mosquiteiros, especialmente, em locais de difícil acesso e com alta incidência de mosquitos, é essencial para diminuir a propagação da doença. O controle ambiental, com a remoção de locais de reprodução de mosquitos, também é uma estratégia importante. A vacinação, por enquanto, não é uma opção para prevenção, mas o monitoramento epidemiológico constante e a vigilância ativa por parte das autoridades de saúde são medidas fundamentais para reduzir a incidência da febre Oropouche no Brasil.

A febre Oropouche representa um desafio contínuo para as políticas de saúde pública no Brasil, especialmente, considerando as condições geográficas e climáticas que favorecem a proliferação dos mosquitos vetores. A colaboração entre governos, pesquisadores e a população é essencial para controlar a disseminação do vírus, melhorar o diagnóstico e, no futuro, desenvolver estratégias mais eficazes para a prevenção da doença.

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