Dr. Ivan Salgado de Azevedo

Cirurgião Torácico
CRM 52 84668-6

Se para muitos jovens a escolha de uma profissão, na reta final do ensino médio, é um desafio, para o médico Ivan Salgado de Azevedo, esse nunca foi um dilema. Desde a infância, ele já sabia o caminho que seguiria profissionalmente, e a resposta não era simplesmente a medicina, ele já sonhava em ser cirurgião torácico. A influência, ele também sabe dizer de onde veio. Filho do cirurgião torácico Ricardo Madeira, e neto do pneumologista Décio Lobo, Ivan, sempre acompanhou os dois nos atendimentos, e hoje, comemora o fato de não apenas ter o pai apenas como figura do homem da casa, mas também, como melhor amigo, exemplo de profissional e parceiro de trabalho. Formado em medicina, em 2007, Ivan se especializou no maior centro de cirurgia torácica do país, o Pavilhão Pereira Filho, na Santa Casa de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul.     

SP – Por que a escolha pela medicina?

ISA  Desde que me entendo por gente, eu sempre tive interesse pela medicina. Eu sou a terceira geração de médicos da família. Meu pai, Ricardo Madeira, que é cirurgião torácico, sempre foi minha grande referência, assim como meu avô, Décio Lobo de Azevedo, que foi um grande pneumologista aqui na cidade de Campos e um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Campos. Hoje, eu e meu pai trabalhamos juntos em todos os lugares, além de um grande parceiro profissional é também meu melhor amigo. Cem por cento do meu dia profissional é com ele. O meu irmão mais novo, Ricardo de Azevedo, também é cirurgião torácico, formado pela Santa Casa de Porto Alegre. Ele trabalhava com a gente até dois meses atrás, mas agora está na Rede D´Or na cidade do Rio de Janeiro cumprindo um contrato. Desde muito novo, eu frequentava o PU da Saldanha Marinho, que era o dispensário para pacientes com tuberculose, para entregar remédios junto com meu avô, e isso, sempre me deu a certeza de que essa era a profissão que eu queria seguir.

SP – A especialização em cirurgia também foi uma referência familiar?

ISA  Meu pai era do Grupamento de Socorros de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros e eu visitava muitos plantões dele, antigamente podia, e acabava vendo muitos acidentados; via meu pai fazendo muita intubação, suturando; acredito que daí, o interesse pela cirurgia. Desde pequeno, eu já sabia que queria ser cirurgião, mas não cirurgião geral, queria ser cirurgião torácico, cirurgião de pulmão.

SP – Hoje como é sua rotina de trabalho?

ISA  Hoje, eu coordeno a Divisão de Cirurgia Torácica do Hospital Geral Dr. Beda, do Oncobeda, onde a gente desenvolve o programa de cirurgia torácica avançada, com cirurgia robótica; também sou cirurgião torácico do Hospital da Unimed, do Prontocardio e do Hospital Ferreira Machado.

SP – O senhor falou em cirurgia avançada, usando a robótica. Como essa tecnologia tem ajudado na sua área?

ISA  Como a minha formação foi em um centro de transplante, no começo, ela foi muito voltada para a cirurgia aberta, que é a cirurgia convencional, mas ainda na época que eu estava na residência, o pavilhão Pereira Filho estava fazendo a transição para a cirurgia minimamente invasiva: a cirurgia por vídeo. Então, desde que eu saí da minha Residência Médica, eu me interessei muito por esse tipo de cirurgia, e eu fui apadrinhado e mentorado por uma das maiores cirurgiãs torácicas do mundo na atualidade em cirurgia minimamente invasiva, que é a médica Paula Ugalde. Hoje, ela é cirurgiã torácica do Hospital de Harvard. Quando ela me recebeu, eu fiquei cinco anos frequentando o serviço da universidade de Laval, em Québec, no Canadá. A Paula é uma grande amiga minha e já veio a Campos duas vezes para ministrar cursos práticos comigo. O encanto começou aí, e nos últimos dez anos, a cirurgia torácica robótica vem se desenvolvendo no país, e agora houve uma explosão disso com a compra de mais máquinas. Antigamente, existiam poucos robôs no Brasil, mas hoje, a gente já tem um número maior desses equipamentos, o que está permitindo desenvolvermos esse tipo de procedimento. A cirurgia torácica hoje, ao contrário da cirurgia aberta, garante ao paciente uma melhor e mais rápida recuperação, já que com ela, se tem uma menor taxa de complicação e de sangramento, tem ainda, um menor tempo de utilização de UTI e menor uso de analgésicos. As cirurgias se tornaram, com a tecnologia, mais seguras e mais precisas.

SP – O senhor também ajudou a implantar o Centro de transplante de pulmão da Rede D´or?

ISA  Sim. Nos últimos dois anos estava envolvido com o projeto de implantação do Centro de Transplante de Pulmão do Copa D´Or, na cidade do Rio de Janeiro. Fui convidado para desenvolver esse trabalho pelo Eduardo Fontena, contemporâneo de residência médica e meu grande amigo e pelo médico Tiago Machuca, que hoje mora em Miami, e é chefe da divisão de transplante pulmonar do Miami Transplant Institute. O centro está em funcionamento e inclusive, nesse momento da nossa entrevista está tendo um transplante lá.      

SP – Além de ter pai médico, irmão médico, avô médico, o senhor também é casado com a médica Gabriela Dal Molin. Apesar dela ser psiquiatra, vocês chegam a trocar algumas experiências profissionais?

ISA  Nós temos especialidades bastante diferentes. Ela cuida dos sentimentos e eu sou mais objetivo, mais técnico. Troco muito com meu pai, já que trabalhamos juntos o tempo todo. Como eu e minha esposa trabalhamos muito, o tempo que a gente tem, a gente se dedica aos nossos filhos, João, de 6 anos, Antônio, de 3 anos e Maria de 1 ano e meio. Aproveitamos para tomar um vinho e viajar. Mas a Gabrielapsiquiatra tem um lado empreendedora e empresarial muito forte, então nesse sentido, ela me ajuda muito. Ela que organiza toda a questão administrativa e financeira da casa e das empresas. É a minha grande parceira de vida.  

SP – Tem novos projetos sendo colocados em prática?

ISA  Desde que retornei a Campos, em 2014, sempre tive um sonho de fazer aqui no município um Centro de Pulmão, como é o Pavilhão Pereira Filho, em Porto Alegre, e agora, com a criação do Beda Prime, a gente recebeu um convite do Dr. Herbert Sidney Neves, para desenvolver uma parceria com o hospital. A gente está desenvolvendo um andar voltado para pacientes que precisam de cuidados pulmonares. Neste andar serão centralizadas todas as atividades de pulmão, como: consultas, exames e tratamentos tanto para doenças complexas e não complexas, incluindo câncer de pulmão. Vamos atender desde paciente com asma, fibrose pulmonar, enfisema e casos mais graves…eles vão ter um atendimento integral, com equipe multidisciplinar, desde o acompanhamento clínico, diagnóstico até o tratamento, que envolve a cirurgia, quando necessário, e toda parte clínica. Está sendo adquirido ainda um aparelho chamado pletismógrafo, que avalia a capacidade pulmonar do paciente. A ideia é que esse centro comece a funcionar no primeiro trimestre de 2024.

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