Evaldo Rodrigues A. Jr

Psicanalista Clínico
Hiponoterapeuta
Brasileira de Psicanálise

Evaldo Rodrigues A. Jr

Psicanalista Clínico
Hiponoterapeuta
Brasileira de Psicanálise

Quem faz análise comigo ao ler este artigo vai se lembrar que logo na primeira sessão: entrevista, anamnese e formação de laços terapêuticos – eu dou uma folha e peço que o cliente trace uma linha e coloque no início da linha o número zero e no final o número correspondente à idade atual, neste momento digo:

– Aí está a sua linha da vida. Coloque na linha pequenas marcações com idade aproximada e acima da marcação um momento importante que você tenha tido, com grande carga emocional, que pode ser positiva ou negativa, boa ou ruim, mas que tenha lhe marcado muito.

Após alguns minutos, o papel volta às minhas mãos e posso ver.

Nunca até hoje encontrei compra de carros, imóveis, bens materiais, etc…sempre encontro memórias afetivas boas ou ruins que estiveram ligadas à pessoas (pai, mãe, irmãos, cônjuges, avós…) sejam perdas ou conquistas.

Logo após, faço a leitura e peço que o cliente fale um pouco mais sobre algumas marcações que foram ali colocadas. Quando a fala vem, vem junto os sorrisos ou as lágrimas, os olhos brilham ou ficam sem brilho…
É impressionante como o passado, o presente e o futuro se misturam neste momento. A nossa vida está ligada as emoções que vivemos e guardamos, e emoções estão ligadas a pessoas e mesmo que tenha objetos ligados a ela, estes objetos estarão ligados a pessoas.

Vivemos o tempo da inteligência artificial, do GPT.
Os investimentos em robótica superam bilhões de dólares.
Estamos tentando a proeza de fazer robôs humanizados. E aí…? Para chegar onde…?
Paradoxalmente, vivemos a clínica do vazio, das depressões, dos TOC, dos vazios existenciais, dos TAG, TDA, TDAH e outros transtornos.
Queremos humanizar máquinas, enquanto estamos transformando pessoas em coisas e objetos. Vivemos um mundo de tempos líquidos e relações líquidas conforme afirma o sociólogo e filósofo polonês Zigmunt Bauman, e isso tem feito da humanidade, sociedades e indivíduos doentes.
Precisamos urgentemente vivenciar nossas emoções, viver nossos amores, amar pessoas…
Na canção Epitáfio da “Banda Titãs” encontramos o seguinte verso:
“Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer”

Ou seja, precisamos viver nossas emoções, sentir pessoas, amar as pessoas como elas são. Somente através da troca de emoções, da vivência de amor teremos a criação da empatia, do amor ao próximo.

Neste ano que se finda, faça um balanço de sua vida emocional, se for preciso pedir desculpas faça, se for preciso perdoar, perdoe…diga para quem é importante na sua vida: eu te amo!

Uma vida de valor está no valor que a gente dá a vida.
E conforme diz o poeta e compositor Gonzaguinha:
Somos nós quem fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser
E eu não conheço valor ou investimento maior para aplicar na vida do que amar!

Copyright © 2023 Todos os Direitos Reservados. | Desenvolvido por Agência Destake – Criação de Sites