Dr. Francis Roque A. Khouri

Urologia
CRM 52 49354-1
Formado pela UFJF – Juiz de Fora-MG

Dr. Francis Roque A. Khouri

Urologia CRM 52 49354-1 Formado pela UFJF – Juiz de Fora-MG

A cada dia, aumenta o número de homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco que optam pela vigilância ativa do tumor, em vez de serem submetidos imediatamente aos tratamentos convencionais, que incluem a retirada total da próstata (prostatectomia) e a radioterapia.
A vigilância ativa é uma opção de seguimento para pacientes com tumores de próstata de baixo risco. Durante o monitoramento, há a necessidade de acompanhar periodicamente os níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico), o toque retal, além de realizar ressonância magnética da próstata e biópsias seriadas para avaliar possíveis sinais de que o câncer esteja progredindo.

A vigilância ativa permite o acompanhamento desses pacientes e possibilita a identificação dos casos em que a doença progride e o paciente deve ser encaminhado para o tratamento curativo, ainda em tempo hábil, sem prejuízo pela espera.

 “Estes exames e o seguimento contínuo são essenciais para definir quais pacientes podem continuar em vigilância e quais devem ser encaminhados para o tratamento curativo, cirurgia ou radioterapia”. A vigilância não é um abandono de acompanhamento e os demais pacientes, em que a doença não progride, devem manter o seguimento ativo. “A vigilância ativa evita o tratamento imediato naqueles casos em que o tumor demora a evoluir ou até mesmo, não vá progredir ao longo do tempo”.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (ficando atrás apenas do de pele não melanoma). É considerado um câncer da terceira idade, pois cerca de 75% dos casos acontecem em homens com mais de 65 anos. O aumento na incidência da doença ocorre justamente pela melhora e evolução dos métodos diagnósticos e também, pelo aumento da expectativa de vida.

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, mas a maioria cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem ameaça a saúde do homem.

O estudo americano

O estudo americano levou em consideração informações de 20.809 homens, com idade média de 65 anos, tratados em 350 consultórios de urologia nos Estados Unidos. Segundo o levantamento, em 2010, cerca de 90% dos homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco eram encaminhados para a prostatectomia radical ou para tratamentos com radioterapia – ou seja, somente 10% deles faziam à vigilância ativa. Em 2014, 26,5% dos homens faziam monitoramento ativo e em 2021, 59,6%, demonstrando que essa é uma opção terapêutica que tem funcionado. A pesquisa aponta, no entanto, que o uso da vigilância ativa variou amplamente entre as regiões e os profissionais de urologia, variando de 0% a 100% dependendo do local.
No entanto, 35% dos pacientes abandonam a vigilância ativa em cinco anos e, em 10 anos, até 50%. “Entre os motivos de abandono da vigilância e migração para o tratamento curativo estão desde a progressão da doença até questões psicológicas, pois muitas vezes, o paciente sofre com tanto tempo de diagnóstico e com a “ausência” de tratamento. Alguns pedem para serem tratados, já que acreditam que o câncer irá evoluir e nada está sendo feito para evitar isso”, disse.

A decisão pela vigilância ativa, no entanto, deve ser tomada em comum acordo entre médico, pacientes e familiares, com base em vários exames e critérios clínicos. O bom relacionamento e contato constante com o urologista é essencial para mudança de abordagem imediata, assim que se percebe alguma alteração de comportamento ou agressividade do tumor.

As diretrizes médicas mais atualizadas, de 2022, orientam que a avaliação de risco dos tumores de próstata recém-diagnosticados deve levar em consideração o estágio clínico (por meio do exame de toque retal), o nível de PSA, a pontuação de Gleason (baseada na aparência microscópica do câncer), além do volume do tumor na biópsia. A ressonância magnética também é utilizada para avaliar a extensão da doença e, em casos selecionados, os médicos também podem utilizar biomarcadores genômicos para avaliar o risco aumentado de progressão da doença, o que pode auxiliar na tomada de decisão clínica.

O urologista deve avaliar os fatores de risco do paciente e informá-lo de que todos os tratamentos para o câncer de próstata apresentam algum risco (especialmente, para as funções urinária, sexual e intestinal), comorbidades e condições pré-existentes.

Os tratamentos têm se tornado cada vez menos invasivos, mantendo princípios de cura oncológica, mas trazendo resultados funcionais cada vez mais animadores, com menores índices de incontinência urinária e disfunção erétil. “É importante procurar urologistas e centros de saúde habituados a lidar com essa doença”: o câncer de próstata…

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