

Dr. Ivan de Azevedo
Cirurgião Torácico
CRM 52 84668-6
Formado pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/RS

Dr. Ivan de Azevedo
Cirurgião Torácico
CRM 52 84668-6
Formado pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/RS

A cirurgia torácica, ao longo da última década, passou por um processo acelerado de evolução tecnológica e de integração com princípios modernos de humanização e segurança. Hoje, é possível oferecer tratamentos altamente especializados, com menor impacto ao paciente, melhores resultados clínicos e recuperação mais rápida, mesmo fora dos grandes centros urbanos.
O desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas, como a videotoracoscopia (VATS) e a cirurgia torácica robótica, representa um divisor de águas em nossa prática. Esses métodos permitem acesso ao tórax com incisões menores, resultando em menos dor, menor risco de complicações, menor tempo de internação e retorno mais precoce às atividades cotidianas. O que antes exigia longos períodos de internação e recuperação, agora pode ser feito de forma mais segura e eficiente.
A introdução da cirurgia robótica é outro marco importante. A precisão dos movimentos, a visão ampliada em alta definição e o maior controle do cirurgião tornam a técnica especialmente útil em casos complexos, como tumores do mediastino, câncer de pulmão em estágios iniciais e ressecções anatômicas mais delicadas. No entanto, o sucesso dessa tecnologia depende de um programa estruturado, com treinamento contínuo de toda a equipe envolvida: cirurgiões, anestesistas, enfermagem e fisioterapia.
A atuação em um serviço que valoriza o tripé assistência, ensino e pesquisa é fundamental para consolidar esses avanços. A formação de novos especialistas exige não apenas conhecimento técnico, mas também, experiência prática em centros que adotem protocolos atualizados e valorizem a segurança do paciente. Os programas de residência médica e de subespecialização devem ser pensados com esse olhar: formar profissionais éticos, capacitados e atentos à constante evolução da medicina.
A segurança do paciente, aliás, deve ser central em qualquer procedimento cirúrgico. Protocolos bem definidos de avaliação pré-operatória, uso de checklists, profilaxia de complicações e monitoramento pós-operatório são práticas que impactam diretamente nos desfechos. A cirurgia torácica, por sua complexidade anatômica e funcional, exige atenção especial ao planejamento cirúrgico e ao cuidado multidisciplinar.
Outro aspecto que considero crucial é o processo de interiorização dos serviços de alta complexidade. Levar a cirurgia torácica moderna para o interior do país é um desafio possível. Com investimento em capacitação, estrutura adequada e parcerias estratégicas, conseguimos oferecer aos pacientes acesso a tratamentos que antes só estavam disponíveis em capitais. Esse movimento reduz desigualdades regionais e fortalece a rede de atenção em saúde.
Entretanto, nenhum avanço tecnológico substitui o cuidado centrado no ser humano. A relação médico-paciente continua sendo o pilar mais importante do nosso trabalho. Escuta ativa, empatia, transparência na comunicação e respeito às decisões do paciente são atitudes que precisam estar presentes em cada atendimento, independentemente da complexidade do caso.
Vivemos uma era de transformação. A cirurgia torácica não é mais sinônimo de grandes cortes e longas recuperações. Hoje, ela é sinônimo de precisão, planejamento, trabalho em equipe e, sobretudo, compromisso com o bem-estar do paciente. Cabe a nós, profissionais da área, continuar investindo em qualificação, inovação e responsabilidade social para que esses avanços estejam ao alcance de todos.
Acredito em uma medicina que combina excelência técnica com sensibilidade humana. E é esse caminho que tenho buscado trilhar na prática diária, formando equipes preparadas e comprometidas, construindo serviços de referência e, acima de tudo, cuidando de cada paciente como único.