As cordas vocais estão situadas no interior da laringe e se constituem de um tecido esticado com duas pregas. Quando falamos,
fazendo com que vibrem, produzindo o som pelo qual ouvimos. As pregas (cordas)
são fibras elásticas que se distendem ou se relaxam pela ação dos músculos da laringe com isso, modulando e modificando o som, permitindo todos os
sons que produzimos enquanto falamos ou cantamos. Quando fazemos os nossos
exercícios respiratórios em que o ar inspirado e expirado passa pela laringe e as pregas vocais e estando estas, neste momento relaxadas, não se
produz qualquer som, pois o ar passa entre elas sem vibrar. Quando falamos ou
cantamos, o cérebro envia mensagens pelos nervos até os músculos que controlam as cordas vocais que fazem a aproximação
delas de modo que fique apenas um espaço estreito entre elas. Quando o diafragma e os músculos
do tórax empurram o ar para fora dos pulmões, isso produz a vibração das cordas vocais e consequentemente, nasce o
som. O controle da altura do
som se faz aumentando-se ou diminuindo-se a tensão das
cordas vocais.
A rouquidão é definida como qualquer mudança no
caráter vocal. É uma patologia provocada por alterações da mucosa de qualquer
das partes da laringe, sendo que as alterações nas cordas vocais é a que mais
sintomatologia costuma dar e assume níveis de intensidade diferentes desde um
grau leve a um grau severo. Se uma pessoa permanecer rouca por mais de 10 dias,
mesmo que a intensidade diminua nesse período, deve ser considerado um sinal de
alerta e um médico especialista deve ser consultado, no caso, o otorrinolaringologista
para uma consulta e um exame visual das cordas vocais.

O exame laringoscópico é feito pelo especialista
com aparelho específico para detectar qualquer edema (inchaço) ou
irregularidade na superfície de revestimento (mucosa) das pregas vocais que
geralmente leva a perturbação desse fenômeno físico. Quando há falta de clareza
(limpidez) na emissão do som, é porque a rouquidão ou afazia (perda da voz) foi
instalada.
As causas agudas mais comuns são: gripes,
resfriados, esforços vocais intensos (por edema das pregas vocais), a angústia
ou ansiedade (por atrapalhar o correto posicionamento das pregas vocais uma em
relação à outra), tabagismo, sinusites, pneumonias, alcoolismo, refluxo
gastroesofágico (por agressão crônica e edema das pregas vocais), problemas da
tireóide, entre outros. Alterações estruturais mínimas (defeitos no relevo das
pregas vocais) podem levar à rouquidão crônica desde a infância ou após
esforços vocais, tanto que os professores representam um dos grupos mais
frequentemente acometido por alterações vocais, sob a pena do surgimento de
sintomas disfônicos, prejudiciais ao prosseguimento do magistério.
A rouquidão pode aparecer acompanhada de dores ao
engolir ou com uma tosse seca. Durante o ano, a rouquidão pode ser sentida,
sobretudo, no inverno devido, ao maior número de infecções, mas também, no
outono, primavera ou verão.
O auxílio da terapia da fala com profissionais da
fonoaudiologia é muitas das vezes necessário e importante. Nesta terapia, o
paciente aprende como usar a fala de maneira mais equilibrada e adequada. O
tratamento varia em função de tudo aquilo que resultou o processo da rouquidão,
principalmente, para os profissionais da fala, que são: os professores,
oradores, cantores, radialistas, apresentadores, etc.
Tratamentos caseiros ou orientados por leigos,
podem ser perigosos, uma vez que
retardam o tratamento, trazendo sérias consequências para o prognóstico. Às vezes, não se faz necessário
o uso de antibióticos, quando se suspeita-se de que a infecção é viral, mas
outras vezes, se faz necessário o uso do antibiótico especifico para cada caso,
sendo importante analisar caso a caso.
A orientação, também é muito importante e se faz
necessário ter alguns cuidados especiais, além da medicação proposta, como por
exemplo: evitar bebidas alcoólicas, não fazer uso do cigarro, moderar o uso de
cafeína, ingerir bastante líquido, água de preferência, várias vezes ao dia,
evitar falar muito alto ou até mesmo gritar, e ao mesmo tempo, também não
sussurrar. Falar apenas moderadamente para não cansar as cordas vocais e a
laringe como um todo. É importante reforçar para que não se faça uso de
automedicação, preserve a sua voz, pois ela também é
sua identidade.