As doenças típicas do período mais frio do ano, deixam
apreensivos pais e responsáveis pelos pequenos pacientes, embora os problemas respiratórios
não sejam especificamente do inverno. A brusca mudança de temperatura, em
qualquer lugar e durante períodos de longa estiagem, “despertam” as chamadas
doenças do frio.
A realidade é que com o tempo mais seco, as crianças
são as que mais sofrem. As mudanças de hábitos, como concentração de pessoas em
locais fechados, acabam facilitando a propagação de vírus e bactérias que causam
inúmeras doenças, comuns no inverno, como: gripe, resfriado, amigdalite, asma,
otite, bronquite, pneumonia, sinusite, rinite e alergias.
Mas, muitos se perguntam por que certas doenças têm
predileção pelo outono e inverno? A incidência começa a aumentar no outono,
porque ocorre a diminuição da umidade relativa do ar. As partículas ficam em suspensão,
os lugares permanecem mais fechados, e isso, favorece a contaminação ambiental.
Tudo isso, aliado a quedas bruscas de temperatura em um mesmo dia e o aumento
da poluição do ar, contribuem para os quadros, elevando a incidência de doenças
respiratórias, tanto inflamatórias como alérgicas.
No entanto, na estação mais fria do ano, ocorre entre
as que nos procuram (clínicos, pneumologistas, pediatras, otorrinos e
alergistas) quadro clássico e sintomático de cefaléia fortes (dores de cabeça)
insinuadas para a fronte e que são acompanhadas de uma secreção viscosa
expelida pelas narinas do tipo semipurulenta, e até por isso mesmo, com alguma
fetidez. Esse cheiro desagradável, enjoativo e desconfortável nos faz atribuir
que seja uma forma de rinossinusite. Ela é sintomática do processo inflamatório
que focalizamos na cavidade nasal ao exame rinoscópico. Nas designações passadas
denominava-se rinite e no caso de abranger os seios paranasais, diagnostica-se
sinusite. Hoje, ligação dos órgãos compreendendo-se a sua continuidade ativa
tanto inflamatória quanto alergênica, ficou assentado como rinosinusites. (a
ITE de inflamação é o sufixo básico para todos os processos desta natureza) o
“rino” de nariz e/o “sino” de seios (sejam da face, do etimóide, esfenóide ou
frontal).
Muito frequentes no período em que estamos, são
ocasionadas por processos virais e alérgicos que chamamos: IVAS (inflamação das
vias aéreas superiores), as quais apresentam quadro agudo e que, num lampejo, não
podemos identificá-los como sendo uma forma de vírus (virose) ou bacteriana.
Normalmente, se instalam em estado febril com tosses
constantes e irritadiças, com narinas obstruídas por secreção e seguem com este
aspecto de gripe e/ou resfriado por cerca de uma semana.
Quanto as laringites, que fazem parte das “ites”, e
que é o temor das mamães, por causa daquela dor de garganta repentina com rouquidão,
febre e reflexo tussígeno expectoral, aconselhamos apenas a medicação caseira e
apenas um antitérmico até que se examine o paciente e se faça a medicação
apropriada.
A gripe causada por vírus, inflama as mucosas e ataca
os ouvidos (as otites).
As otites médias agudas são clássicas nos tempos mais
frios. Bacteriana ou por vírus elas normalmente se instalam como num fato complicador
dos resfriados. As crianças sofrem por isso! Sentem fortes dores nos ouvidos
com febre, respiração dificultada, audição reduzida e alguma prostração.
Antibióticos específicos são administrados visando
inibir as bactérias; analgésicos e calor úmido para aliviar as dores.
São as “ites”, que os antibióticos debelam, no caso
das bacterianas. Mas,
me preocupa o fato do uso indiscriminado de medicação não específica para
alguns desses quadros inflamatórios e viróticos.
De uma maneira geral, alimentação adequada,
hidratação, prática de atividade física e uma boa noite de sono, são
recomendadas para fortalecer o corpo e prevenir-se de doenças.
O fato é que nas estações mais frias, as “ites”
aumentam em números de casos, causando um aumento por atendimento médico.
Portanto, no caso de sintomas de alguma doença, o médico deve ser procurado
para que seja feito, então, o diagnóstico correto e indicando o melhor
tratamento para cada caso, evitando assim, o uso incorreto de medicação e suas
consequências maléficas.