O sobrepeso e a obesidade são uma pandemia e têm sido
amplamente discutidos em Saúde Pública e Saúde no Trabalho. Comorbidades como:
síndrome metabólica, hipertensão arterial, diabetes mellitus do tipo 2,
alterações ortopédicas e doenças coronarianas podem causar absenteísmo, redução
de rendimento laboral, incapacitação e morte.
A comunidade científica tem dedicado vários estudos
à correlação entre a obesidade e a hipertensão, onde ficou demonstrada uma
forte conexão entre o ganho exagerado de peso e o aumento da pressão
arterial. Em um estudo feito por
Framingham, estimou-se que cada quilo de peso a mais eleva a pressão arterial
em 1mmHg.
O
excesso de peso se associa com maior prevalência de hipertensão arterial desde
idades jovens. Na vida adulta, mesmo entre indivíduos fisicamente
ativos, incremento de 2,4 kg/m2 no
índice de massa corporal acarreta maior risco de desenvolver hipertensão. A
obesidade central, também se associa com elevação da pressão arterial.
Mecanismo
da obesidade que influenciam na hipertensão
O aumento de sódio na alimentação, e aumento do
débito cardíaco (volume de sangue que é bombeado a cada um minuto), do sistema
renina-aldosterona, dos níveis de insulina, da atividade simpática e da volemia
(volume total de sangue circulante) são alguns fatores que explicam a
associação ente a obesidade e a hipertensão arterial.
A retenção de sódio e o aumento do volume
extracelular são fatores críticos para o aumento da pressão arterial, em razão
da elevação da renina plasmática, da atividade da enzima conversora de
angiotensina, do angiotensinogênio e da concentração plasmática de angiotensina
2. Também que as taxas de aldosterona em indivíduos obesos e hipertensos
encontram-se aumentadas, principalmente, nos pacientes com obesidade abdominal.
O desenvolvimento da hipertensão em obesos, pode
também, estar associado a hiperativação do sistema nervoso simpático,
importante na regulação da pressão arterial. A ingestão de refeições de alto
teor energético acarreta o aumento na concentração de noradrenalina circulante,
o que leva o SNS a aumentar sua atuação sobre os rins, provocando a perda da
regulação da pressão sanguínea.
Outro importante fator para a hipertensão arterial
em obesos é a resistência à insulina. A hiperinsulinemia pode criar mecanismos
que aumentam a retenção renal de sódio, o que leva à reatividade vascular e à
ativação do sistema nervoso simpático.
Isto ocorre, porque a leptina atua tanto no
controle do apetite como na regulação do sistema cardiovascular. A leptina
causa um aumento na atividade simpática alterando a excreção renal de sódio,
favorecendo um amento na pressão arterial.
Ações
propostas pra melhora do quadro
A massa corporal é um
importante determinante na elevação da pressão arterial, tanto porque, os dois
fatores estão fortemente associados, como também, pela elevada prevalência de
indivíduos com excesso de peso. Portanto, como uma estratégia de prevenção
primária, o controle de peso seria uma intervenção pertinente para diminuir a
ocorrência de hipertensão arterial. A participação de equipes
multidisciplinares é a chave para a melhora do quadro e adesão do tratamento.
Ações devem
buscar melhor controle dos hipertensos já conhecidos, estabelecer metas para
ampliar grau de conhecimento desses fatores pela população diretamente
interessada e, ainda, principalmente fornecer a população em geral mais
informações para a prevenção do aparecimento dos fatores de risco. Portanto, é
natural que a educação em saúde, torna-se um fator preponderante na modificação
dessa associação maligna para o bem-estar do paciente.